domingo, 28 de março de 2010

"Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!"

Nossa, quanto tempo não escrevo aqui. A saudade que bateu foi imensa, mostrando-me o quanto escrever me realiza. Estou com milhões de idéias para falar sobre, mas uma em especial. Outro dia, adquirindo um pouco de informatividade, entrei no site do *greepeace. Ao abrir a primeira página, uma frase apareceu. Simples, mas impactante. Questionava o leitor o seguinte: "Qual futuro você gostaria de deixar para os seus filhos?" De imediato, comecei a pensar sobre o que essa frase queria me dizer e cheguei a pensar em escrever. Porém, contive-me. Guardei as palavras para o momento certo. Para o momento de reflexão. A tão importante reflexão. Deixei passar. Ontem, de supetão, essa frase começou a pulsar em minha mente, novamente. Achei um pouco estranho, confesso, mas parei para analisá-la. Parei para observar tudo que estava ao meu redor. Minha luz ligada, meu notebook ligado à tomada, meu ar condicionado rodando há umas três horas e meu caderno de colégio. Fiquei confusa comigo mesma. Nesses primeiros meses do ano, todas as minhas redações de colégio tinham sido sobre energias alternativas, desenvolvimento sustentável, aquecimento global, lixo urbano - meio ambiente em si -. Escrevi e li tanto sobre o assunto que quase virei doutora. E aí foi que eu realmente fiquei confusa. Defendi, ouvi, li, conheci e pouco fiz. Toda hora os meios de comunicação de massa nos mostram a situação de alerta em que estamos vivendo, em que o planeta está vivendo. Contudo, pouco nós fazemos para revertermos o quadro. Falo por experiência própria. Sempre que posso, bombardeio o ar atmosférico de CFC's. Tomo banho de 10 minutos, gastando a água "necessária" para o meu refresco. Quando estou com preguiça de andar, o carro torna-se meu melhor amigo. Rasgo, algumas vezes, folhas de caderno como quem pisca. E tudo isso se torna engraçado. É como já disse. Assisto e leio jornais; Choro com email de tortura de animais; Sou a favor do ativismo "greenpeaceano"; NatGeo, Discovery Channel e Animal Planet são muitas vezes meus amigos e ainda assim, faço o que faço. Quero mudar o mundo, mas não dá para fazer sentada. Passo, então, a criticar. Criticar não o uso, mas o exagero. O meu próprio exagero. O exagero dos meus parentes, dos meus amigos, dos meus vizinhos, da sociedade. "Será que nascemos tão egoístas a ponto de não pensarmos em nós mesmos?" Nossos filhos somos nós. Nossos netos somos nós. Nossos pais somos nós. Nós somos nós. Se não pensamos em nós mesmos, quem irá pensar? E assim, eu termino, questionando-me novamente qual futuro eu realmente quero deixar para os meus filhos.

(www.greenpeace.org/brasil)

"O problema dos nossos tempos é que o futuro já não é o que era" (Paul Valéry)

domingo, 31 de janeiro de 2010

Eu digo não ao preconceito!

Outro dia, eu estava curtindo minha aula de português – uma das poucas, por sinal – e nos foi passado um texto para que desenvolvêssemos questões. O textículo abordava um assunto tão polêmico quanto o holocausto. Figuradamente, o holocausto em si. Uma temática interessante e que muito se discute, mas pouco se pensa a respeito. Quando afirmo pouco se pensa a respeito, quero dizer que, a prática da reflexão, o pensar filosófico – que deveras é importante para o desenvolvimento do homem como indivíduo e como parte de um coletivo -, não age sobre nossas vidas como deveria ser feito. *Jaime Pinsky, o autor da leitura que tivemos, relatou de forma desafiadora o preconceito social. Na prosa, ele “discute”:

“Preconceito, nunca. Temos apenas opiniões bem definidas sobre as coisas. Preconceito é o outro quem tem... Mas é indiscutível o nosso fácil hábito de generalizar sobre tudo e sobre todos. Falamos sobre “as mulheres”, a partir de experiências pontuais; conhecemos “os políticos”, após acompanhar a carreira de dois ou três; (...) Mas discorremos de maneira especial sobre raças e nacionalidades e, por extensão, atributos inerentes a pessoas nascidas em determinados países (...)”.

Até que ponto você seria capaz de discordar disto? Se você, neste exato momento, não consegue discordar em nada, alegará duas coisas para si mesmo: - Esse cara é bom de texto. É isso. Ou – Meu Deus, como ele pode adivinhar?

Se você, assim como eu e o resto da minha turma, não conseguiu discordar com a teoria, então vamos repensar. Repensar bastante e vê porque somos assim. Mas não nos culpemos na totalidade. Esse seria um processo de análises históricas. Feudalismos, Absolutismos Monárquicos, Nazifascismos. Querendo ou não, fazemos parte destas histórias. É como um legado. Por mais que seja ruim, é inerente. Entretanto, assim como ocorreram as Revoluções Inglesa e Francesa, como o Estado Novo teve seu fim, como por um determinado momento tentou-se implantar o comunismo (na busca da igualdade social), tudo tem uma solução. Se você não quer ser assim, não seja. Diminua os invólucros que o cerca. “Miscigene-se”. Miscigenar não em raça, propriamente dita, mas em “raças”. Se existem as “raças” que dizemos existir, vamos acabar com todas elas. Não tenha orgulho de assumir o preconceito, mas tenha orgulho de tentar acabá-lo. Contamine a sua mente e todos ao seu redor com o poder da positividade, a positividade de que um dia, na teoria e na prática, seremos todos iguais.

* um historiador e editor, professor de faculdades de grande nome no nosso país.

"O elogio da ignorância, que desqualifica a leitura, a música de qualidade, a cultura artística e humanista, tenta se apresentar como atitude democrática, mas não o é. Trata-se de uma face disfarçada do preconceito e da discriminação." (Jaime Pinsky)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Será que é?

Primeira postagem. Que acontecimento importante. Pode ser que eu esteja iniciando um momento de certas conquistas em minha vida, ou talvez, só amontoando a internet de orkut, flogs, emails e afins com o meu nome. Decidi criar este blog em um momento, digamos, crítico da minha "pré-adultense", em que a força de vontade e a organização do meu tempo é o que farão ele se desenvolver (ou não).
Estou no ano de prestar vestibular. Sim, o primeiro vestibular. O momento do quero e não quero, do estresse profundo, das angústias, das incertezas, dos questionamentos. Não sou/serei a única na face da Terra a passar por esta situação, por este momento de indagações, interrogações. Quantas pessoas não já se perguntaram o que gostariam de fazer - realmente - de suas vidas?! Quantas fizeram opções em busca somente do conforto e não da auto-realização?! Quantas tentaram enganar-se optando por algo que agradasse aos outros, mas que em nada agradavam a si mesmas?! Em compensação, quantas pessoas "prenderam-se" com unhas e dentes atrás dos seus objetivos?! E ainda assim, quem pode culpá-las no final? Temos, aproximadamente, 7 anos para escolhermos algo que faremos para o resto de nossas vidas. Buscar o que nos faz bem, quando não ferimos aos que estão ao nosso redor, é um ato do bem. Arriscar-se nas opções que outras pessoas acham boas para nós, podem acabar tornando-se realmente boas. Caso não aconteça, correr atrás nunca é tarde demais.

"A liberdade de escolha deve ser mais valorizada que qualquer bem que a terra possa dar." (David O. McKay)